Saí para torcer : morri.


Não deixe que o título lhe espante, mas a conversa é bem espantosa mesmo. 

Há um tempo atrás que eu venho empurrando com a barriga essa prosa, gente. Mas aí, caiu-me a recordação de que o "cariocão" vai começar e pimbaO que é o cariocão? Oras bolas! E muitas bolas! É o campeonato carioca de futebol rapaziada! Pois bem, ele vem aí no finalzinho de Janeiro. 

Logo, nesse meu papel de jornalista "freelancer" no fundo da quintal da vida... Tenho o dever de iniciar aí nosso "converseiro"Qual o seu time? Eu não tenho lá um time, mas aqui em casa o povo é flamenguista. Aí começa aquele zum-zum-zum de "time de favela", "maior time do país", de "o Maraca é nosso" e coisa e tal. 

Eu não vou ao Maracanã torcer para o flamengo nem para outro time, porque tenho muita roupa pra torcer no tanque da vida - aqui no fundo do quintal dela - mas, uns tempinhos atrás eu até dei uma animada... 
Pensei em comprar uma camisa de time, mas eu não tenho time. Então eu iria jogar no "Camiseta Branca Football Club"- e com estrangeirismo sim! Daí iria procurar um dito cujo bendito, também chamado amigo, para me ajudar nessa fase de "olê-olê-olá". Vocês sabem, me acompanhar em um jogo. 
E olha, até que a coisa estava indo bem, se não fosse um desses domingões futebolísticos escalafobéticos. Quiridos, um "maltubedê" interrompeu a partida no ato! Era jogador pra tudo quanto é lado e lá vinham os "omê" do choque para dentro de campo. Eu que não entendia nada, perguntei: "- Os pracinhas vão jogar também? É prorrogação ou intervalo?", aí a coisa foi ficando doida, foi ficando descontrolada e um fumacê subiu. O que eram? As tais bombas de efeito moral. Cadeirada num, porrete no outro, e até agora eu estou apenas narrando o que os torcedores faziam. O choque estava era escoltando a equipe técnica e os jogadores. 


Chocada mesmo estava eu: "-Mas o que é isso minha gente? O carioca não sabe mais brincar de futebol?".
Num canto eu escutei: "-Que nada, os paulistas são piores"

Companheiros, se os paulistas são piores do que aquilo que vi, eu acendo uma vela de sete dias em prol da aposentadoria da bola. E que injustiça, não? A pelota ficar ali de bucha sendo a grande culpada da perda de um ou outro.

O que eu fiz? Tomei um café quente para ver o final daquela pataquada.


"- Os policiais agora conseguem controlar o alvoroço, os times estão em seus vestiários em segurança e grande parte do público nervoso já deixou o estádio. Lamentável este fim de partida, não é, Junior?"

"- Pois é Arnaldo, não precisava terminar assim. Agora é com as autoridades."
"- É pois é... Globo, a gente se vê por aqui!"

Agora percebam que nem os locutores tinham vocabulário para apresentar a nós, os telespectadores da balbúrdia

Umas três xícaras de café depois, o noticiário irrompe a programação dominical noturna para anunciar as cenas de horror nas ruas cariocas. Aí lá vou eu, de novo dar uma espiadela. E dê-me mais café. Os torcedores, que eu na verdade julgava vândalos, estrelavam o noticiário com sua pancadaria, chutes, socos, violência e depredação pública.

"- Ah não! Dê-me cá um cacetete! São nossos impostos que eles estão destruindo!"

Vejam que até eu fui acometida pelo espírito de porco da violência assistida. 

De fato, aquilo era revoltante. Mas aí a programação voltou, o noticiário se calou e fingiram discutir o assunto durante a semana. E como sempre não deu em nada. 
Eu, com minha camisa amarrotada do "Camiseta Branca Football Club", dei um jeito de ir guardando-a no fundo da gaveta e enviei uma mensagem para os meus amigos: "Ó galera, babou o joguinho de semana que vem tá? Nem no vídeo-game!".
Papai falava: "- Acabou gente! Na minha época..." e vou poupá-los das memórias de meu progenitor.

Desde então desisti, mas depois desse ocorrido aconteceram outros iguais, e à turminha de São Paulo eu já aviso que comprei uma caixa, de velas de 7 dias, para os campeonatos desse ano. Mas espero do fundo do meu coração que eu tenha que doá-las a algum pai-de-santo.

É gente, o campeonato carioca vem aí, o paulista, mineiro, brasileiro e eu não sei nem o que faço. Porque todo domingo é a mesma coisa: toque de recolher nos entornos dos estádios. Alguma coisa tem que ser feita! 

Alô clubes e governantes: se um cachorro lhe come os chinelos, não deixe os chinelos à porta. Ou seja, é bagunça que eles querem? Que a façam em suas casas! 
Façamos igual àquela vez em SP, com a "punição corinthiana". Viram que paz naquela partida? Estádio vazio. Eu dou um "jóinha" nessa medida! 

Temos que ser drásticos, caras! Senão vai ser um tal de "tacá-lê pau" que, nem o Marcos vai querer descer o morro da Vó Salvelina.

Se vira moda sair para assistir uma partida de futebol e não voltar? Tipo... Morrer pelo caminho? Tá amarrado!



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